Para que a vida seja doce

Talvez
este seja todo o sentido da Páscoa: resgatarmos da memória a lembrança de uma
morte que foi imprescindível para que tivéssemos a vida. Através de uma morte a
vida nos foi doada. Foi preciso que alguém provesse e depurasse o amargo para
que a nossa vida passasse a ser doce.
Alguém
precisou vencer a morte para que a vida triunfasse. É como nos dizem os poemas
sagrados no evangelho de São João: O maior amor que alguém pode ter pelos seus
amigos é a vida por eles. Cristo foi quem nos deu a vida. Porque ele morreu,
agora, temos vida, mas não qualquer tipo de vida, porém, vida em abundância. E esta
vida passa pela esperança-certeza da vitória que temos sobre a morte: Cristo
ressuscitou!!! É o simbolismo de que a vida vence a morte; de que o amargo perde para a doçura; o lucro,
para a solidariedade; o egoísmo, para o altruísmo; a tristeza, para a alegria;
a frieza, para o amor; a solidão, para a companhia; a correria, para o sossego
e, descanso.
Talvez
o que precisamos mesmo é fazer de nossas vidas uma eterna Páscoa...
Um
momento no qual aprendemos a deixar a vida nascer através da morte. Deixar que
todo o nosso cacau (amargura), que pode ser o olhar, as palavras, os desejos, a
mente, nossas relações... , morra, tornando-se chocolate, algo prazeroso,
gostoso, inesquecível de se viver; e que os nossos corações palpitem, mesmo em
meio à turbulência, como na toada desta tranquilidade que chamamos Páscoa. É
preciso morrer para se viver...
“Possuídos
pelo futuro, tentemos fazer viver, no presente, aquilo que nos foi dado, em
esperança: a vida!” (Alexandre Filordi).
[extraído do livro Culto e Arte: Quaresma e Páscoa. Rubem Alves
(org.) Ed. Vozes, 2001 (p.63-64)
SORRIA, É PÁSCOA!
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